No dia 8 de Março, o Clube das Mulheres Escritoras, em colaboração com a Fundação Saramago, gostaria convidar à reflexão sobre a intersecção entre a palavra escrita, as mulheres e a paz. Para tal, preparámos um dia de partilhas, reflexões e debates a acontecer no espaço da Casa dos Bicos, no sábado em que comemoramos dois anos de trabalho e celebramos o Dia da Mulher.
Partindo da ideia de que a escrita tanto pode ser uma ferramenta essencial para a paz, como o seu exacto oposto, propomo-nos explorar esta duplicidade através de quem faz uso da palavra para resistir e divulgar situações de opressão ou injustiça, para dar voz aos invisíveis da sociedade, para desmistificar fobias sociais e manipulações, e para trabalhar a empatia, tanto na ficção como na não-ficção.
Tendo como pano de fundo a actualidade, esperamos com esta conferência convidar leitores a uma abordagem crítica do que lêem e escritores, nos quais nos incluímos, a reflectir sobre a responsabilidade e impacto da palavra escrita.
Partilhamos aqui os detalhes gerais da conferência, mas para mais informações, incluindo breve biografia de cada um dos seus intervenientes, convidamos-vos a aceder à nossa página aqui.
O número de lugares será limitado, mas a conferência contará com transmissão online. O formulário para inscrição, tanto presencial como online, está acessível neste link.
Programa
10h00 - 10h15 – Abertura e boas-vindas
10h15 - 11h15 – Primeira Sessão | Mulheres como defensoras da Paz
A mulher é defensora da paz de várias formas, sendo a escrita apenas uma delas. Relegada ao longo da História para um plano secundário nas esferas de poder, não é por isso que deixam de recair sobre ela consequências duradouras das decisões de violência e guerra. Hoje em dia, crescem as vozes que associam guerra a patriarcado e perguntamo-nos se faz sentido, que papel a mulher desempenha — ou é urgente que desempenhe — na construção da paz.
Palestrantes
11h30 - 12h30 – Segunda Sessão | Escrita, uma forma de resistência e activismo
Com este segundo painel começamos a focar-nos mais no papel da palavra escrita. Consideramos que ela pode ser uma forma de resistência à violência e aos conflitos, mas de que maneiras? Um dos mecanismos será a utilização clara da escrita para denúncia e ativismo, mas outra, mecanismo muito próprio da literatura, é a construção de distopias que alertam para violências estruturais da sociedade. Convidámos escritoras que nos ajudem a explorar estes mecanismos e contamos com Pilar del Rio para nos relembrar como José Saramago utilizava a palavra desta forma.
Palestrantes
14h00 - 15h00 – Terceira Sessão | A Palavra Escrita e a Visibilidade do Invisível
Neste painel exploramos, a partir da importância que a criação do «outro» tem na promoção da violência, o poderoso papel que a palavra escrita tem na desconstrução dessa ideia. Tanto a não-ficção como a literatura, com recursos diferentes, são poderosas ferramentas de humanização do indivíduo de outra raça, género, religião, cultura. Assim, convidámos autores e jornalistas a refletir sobre o modo e consciência (ou inconsciência) com que se faz esta desconstrução, e na repercussão que sentem (ou não) que a palavra tem nessa matéria.
Palestrantes
15h00 - 16h00 – Quarta Sessão | Escrita para a paz ou para a guerra?
Tema com uma relevância actual sobre a qual é absolutamente necessário reflectir. Escreve-se para a paz, mas também se escreve para a guerra. Lemos o que nos aproxima, mas também o que nos afasta. É urgente reflectir e estar alerta para esta dupla face da palavra escrita e a tamanha importância que ela tem na violência e na destruição da sustentabilidade da paz. Quer como autores, quer como leitores, na nossa escrita ou na leitura crítica, somos hoje em dia facilmente consumidores e divulgadores de narrativas que, mesmo mascaradas do seu contrário, promovem a violência, enquanto assistimos ao silenciamento das que a contestam.
Palestrantes
16h00 - 17h30 – Quinta Sessão | A palavra escrita e a formação de uma cultura de paz
Como é possível moldar as futuras gerações, e não só, com narrativas que promovam a empatia, o respeito e a paz? Este painel convida-nos a refletir sobre a importância da literatura infantil no desenvolvimento de uma consciência política e pacifista, mas também nas formas como a palavra pode (ou não) ser usada para mostrar a importância da justiça social e do respeito pela diversidade, a complexidade dos conflitos e as virtudes do diálogo.
Palestrantes
17h30 - 18h30 – Momento cultural
Lançamento da revista anual n.º 2 do Clube das Mulheres Escritoras Leitura de um conto da revista. Momento musical.
18h30 – Encerramento
Que programação maravilhosa, já solicitei minha inscrição.