Bem-vindo, 2024
E ei-lo chegado, o novo ano de 2024, com os seus 366 dias por estrear. Entramos nele de mansinho, mas com vontade. Prometemos que cada dia vai valer a pena, que dele há-de sobrar uma palavra, uma frase ou um parágrafo, para que no final do ano tenhamos uma história inteira para contar. A nossa, a deste Clube. E vai ser bonita, vão ver.
Fechámos 2023 com um evento que relembramos nesta newsletter e que nos convenceu de que desbravamos caminhos que muitos querem percorrer, escritores e leitores, e mesmo que não seja fácil pisar terreno bravio, não vamos desistir de o fazer. Não estamos sozinhas a achar que vale a pena, pois não?
Mas de mansinho entramos, que é Janeiro e ainda só arrancámos. Ainda nos levantamos a custo do corpo inchado de filhós e da cabeça torpe do novo ano. Ainda saímos dos despojos de 2023 incertos de humanidade. Ainda mal estamos de pé, mas certas de que, neste ano de 366 dias novinhos em folha, vamos construir uma bonita história.
Venham daí connosco, façam parte dela também.
Clube da Mulheres Escritoras
Evento de Natal com livros e com leitores
No dia 16 de Dezembro, organizámos um evento literário na Livraria Almedina do CCB. Quisemos que fosse um evento intimista e descontraído, de proximidade entre leitores e escritoras. Queremos agradecer a quem esteve presente e tornou aquela tarde num momento tão especial, não só de celebração da literatura, mas também de partilha de desejos, ambições e projectos. Para quem não esteve, um desafio: com a vossa ajuda e interesse, vamos fazer mais destes encontros?
Entrevistas e Podcasts
A Forbes entrevistou duas das nossas autoras numa reportagem sobre as desigualdades da literatura em Portugal. Maria Francisca Gama e Helena Magalhães apontam a falta de espaço e de oportunidades dadas às mulheres escritoras.
A Rita da Nova esteve no Programa Sociedade Civil, da RTP2, sob o mote “O que andamos a ler?”
Acompanhada pela Isabel Alçada, a Rita da Nova esteve ainda no Programa Ensaio, no âmbito de num especial de Natal sobre livros e literatura.
Finalmente, recuperamos uma entrevista conjunta que a Filipa Fonseca Silva, a Mafalda Santos e a Rita Cruz deram à FNAC no final do ano.
«Elas são escritoras de ficção, portuguesas e “com muito para dizer”.»
Livros:
O elevador. Filipa Fonseca Silva
Suma | 2022
Numa noite quente de Verão, um casal prepara-se para ir jantar fora. Sara, contrariada, perde tempo deliberadamente. Alex, paciente, tenta não começar uma discussão. Só que, de repente, o elevador fica encravado, prendendo-os a noite inteira no seu interior.
Sem forma de saírem, Sara e Alex são obrigados a confrontar-se com o estado da sua relação, empurrados para uma conversa que de outro modo não teriam. Sairá dali o seu amor mais forte? Ou erguer-se-á um muro impossível de derrubar?
Um livro que se lê de um fôlego e que em 2024 será adaptado a filme.
«Este romance contemporâneo e de leitura voraz faz-nos refletir na idade, no peso das nossas escolhas, na insatisfação que por vezes sentimos e para a qual não temos explicação, no querermos mais da vida mas, ao mesmo tempo, também não sabermos muito bem o quê.»
Helena Magalhães, escritora
São flores de amor, os cravos de Abril. Lídia Praça
Editorial Novembro | 2022
A obra de ficção São flores de amor, os cravos de Abril conta a conturbada e inquietante história de amor de Paulo, um capitão de Abril, e de Clara, uma psicóloga, entre os anos de 1972 e 2017. A narrativa imaginária desenvolve-se à medida que se desenrolam no país fenómenos sociais e políticos como a clandestinidade, a ação da PIDE, o verão quente de 75, a descolonização no Ultramar e as ações de dinamização cultural do MFA, no nordeste transmontano. Algumas memórias de Paulo são reveladas no consultório de Clara, a psicóloga que salvou a vida de Mariana, sua mulher, aquando de uma tentativa de suicídio. O conflito das perturbações do stress pós-traumático de guerra no Ultramar é o pretexto que o leva até Clara, uma mulher sedutora, enigmática e emancipada, mais nova do que ele dezasseis anos, e por quem se sente indecifravelmente atraído. Na verdade, os dois vivem uma estória de amor, pontuada de encontros e desencontros, numa exponencial espiral de sensualidade e volúpia. A invulgar e intensa paixão que os assola, permanentemente alvo de perplexidades e equívocos, recria-se quando um dia a Clara é, inesperadamente, confrontada com uma poderosa revelação. Com efeito, a psicóloga, quando fazia arrumações no seu consultório, descobre uma folha de papel ocultada no seu livro da terceira classe, que desvenda esse misterioso enigma.
Esta, é também uma estória onde a humanidade e a dimensão social das personagens, divididas entre o determinismo da vida e o livre arbítrio das decisões, emerge sempre, mesmo nos momentos mais tumultuosos e sombrios da vida.
No País do Silêncio. Rita Cruz
Página a Página | 2021
“Um belo e emocionante romance: um fresco da segunda metade do século XX português, das suas realidades, sofrimentos e lutas, cuja leitura prende diferentes tipos de leitor, certamente por razões diversas mas complementares. Um livro recomendável.” João Pedro Mésseder
“Uma saga familiar, com personagens cujas vidas e gerações se entrelaçam, que não são perfeitos, nem heróis, para o bem ou para o mal, e que são totalmente marcadas pelas circunstâncias do que foi quase meio século de fascismo.” Ana Margarida de Carvalho
“Estamos na presença de uma das grandes escritoras em Portugal neste século XXI.” António Ferreira, RUM com Livros